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O dinossauro está se mexendo: a revolta contra a tirania

  • Clipping Vitae
  • 25 de jul.
  • 6 min de leitura

O dinossauro finalmente resolveu se mexer. Quem acompanha minha coluna sabe que no dia 20 de outubro de 2024 escrevi uma coluna intitulada “Cutucando o Dinossauro”, em que divulguei um estudo científico a respeito da opinião pública e da influência das massas.

Sugiro fortemente que se acesse e leia esse texto, que é um prenúncio do que agora se evidencia como realidade. Profecia? Não, apenas o resultado lógico de ações históricas desastrosas e a repetição de um padrão de causa e consequência.

Estamos chegando ao ponto de atingir a massa crítica da opinião pública que todo ditador teme. Como chegamos a essa conclusão? É possível detectar essa formação ao observar as manifestações espontâneas que têm ocorrido nas últimas semanas, de forma descentralizada, não-coordenada, simplesmente fruto de indignação nas ruas, em diversas cidades e estados do Brasil. 

Há também manifestações sob a forma de passeatas, buzinaços e panelaços, aglomerações, gente que levanta cartazes em diversos locais e línguas para serem filmados e divulgados ao mundo. A mensagem é: “A população está indignada!”, e existe pressão além da oposição, mas vem da sociedade em todo o território nacional.

A massa está crescendo

Esse é só um pequeno passo, pois é provável que o chamado “dinossauro da opinião pública”, sempre inerte, cutucado por políticos e influenciadores para se mover para um lado ou para o outro, desperte para uma direção inesperada.

Isso porque quando o dinossauro resolve agir, não há como controlar essa força, mesmo por parte dos que o estimularam. Não há como colocar rédeas no dinossauro nem tentar reconduzi-lo sem ser atropelado.

A opinião pública vai se manifestar de maneira crescente, e isso é muito bom: temos um contexto de ditadura já formado, e a consciência da população a esse respeito atingiu seu nível de transbordo.

O gatilho foi o decreto de prisão domiciliar do presidente Bolsonaro, com a humilhação da tornozeleira eletrônica, uma pena imposta sem nenhum processo legal. O fato causou revolta mesmo em segmentos que não eram bolsonaristas ou da direita, mas gente de bem que considerou essa condenação sem provas uma injustiça visceral, arbitrária e sanguinária por parte dos juízes do STF.

Nós seremos os próximos

Em outras palavras, e evoluindo o raciocínio, se algo dessa natureza ocorre com um presidente, o mesmo poderia acontecer a um cidadão comum, como já foi feito. A população percebe o risco que corre. Nós seremos os próximos.

Enquanto Jair Bolsonaro liderava a oposição de maneira séria, não-violenta e em liberdade - mesmo limitada - a sociedade entendia como tolerância. A intolerância do sistema se fez patente e demonstrou que não tem limites, com censura prévia e póstuma, perseguição aos opositores, e até prisão de quem se mobiliza.

A população sente que está completamente vulnerável a esses ditadores que tiranizam a partir de Brasília

Como resolver isso? Com constância e persistência. Nesse processo, é importante manter a espontaneidade, sem necessidade de apelos de políticos, o apoio de grupos locais que façam vigílias, buzinaços e toda sorte de ação a ser registrada e divulgada, assim ninguém poderá negar o que está acontecendo.


A  opinião pública trabalha através de ondas

A primeira onda é dos indignados, aqueles que seguem as notícias e que de fato têm à flor da pele o engajamento e o ativismo político.

O segundo grupo que se levanta é o que segue este primeiro e precisa dele para se sentir seguro. Isso quer dizer que basta um grupo tomar a iniciativa para ser seguido, no rescaldo. 

Eventualmente, pode surgir um terceiro grupo. Este último é muito mais numeroso, mas inerte. Ele é composto por pessoas que não gostam de política, nem sabem muito bem o que está acontecendo, no entanto, todas as referências de suas vidas indicam que há problemas que só podem ser resolvidos através da política. São eles que devem engrossar os movimentos, que ora estão se materializando.  

Por isso a constância é importante. Esse grupo maior, ainda inerte, tende a pular para dentro do vagão quando o trem já está em movimento. É um grupo inesperado, mas certamente estarão no mesmo trem que os outros, porque o jogo político de ação e reação, de fluxo e refluxo só começou.

São Paulo, Brasília, Salvador, Vila Velha (ES), Curitiba e Belo Horizonte foram algumas cidades que se levantaram contra Lula e STF, em manifestações.

Agentes internacionais são coadjuvantes

Trump não vai salvar o Brasil da ditadura, mas criará as oportunidades para que nós nos salvemos. Ainda estão sendo escritos os últimos capítulos dessa novela, e não será bonito, por isso é bom já começar a pensar no que vem a seguir, pois o sistema do mal se regenera rapidamente. Depois da queda de um regime sempre há mudança constitucional. Sempre.

Por isso é melhor que sejam os ativistas da sociedade, e não os políticos do sistema, a pautarem as mudanças. E que façam isso em alto e bom tom. Para tal efeito, sugiro mais engajamento, e informarem-se sobre o que consta na constituição "A Libertadora", cuja versão integral pode ser acessada no website; e no livro “Os Sete Poderes” (Ed. LVM).

Reações equivocadas

Nada do que a junta PT–STF almeja é sustentável. E o cenário mais provável é que estejamos no início do fim desse regime. O primeiro indício são as retaliações contra o presidente Bolsonaro. Só para relembrar, primeiro os Estados Unidos aumentaram as tarifas sobre os produtos brasileiros, e o governo de Lula e seus aliados debocharam, demonstrando clara inabilidade de entender a mensagem que lhe foi enviada.

Depois, houve a ação direta contra os juízes do STF e nesse ínterim, a reação do STF+governo de prender Bolsonaro, líder da oposição. Certamente outras ações devem vir do governo norte-americano, e será fundamental a compreensão da dinâmica entre ação e reação. Os Estados Unidos estão se defendendo de um inimigo, o Brasil, que declarou guerra ao seu país e a seus aliados, à Europa. 

Basta rever as ações e os pronunciamentos de Lula, Janja e seus ministros em um passado recente, contra os Estados Unidos e empresas norte-americanas.

Os Estados Unidos não vão parar até que o inimigo seja neutralizado, e essa é uma previsão que já fiz desde o ano passado.


Ratos fugindo para as tocas

Certamente, todos os que estejam na linha de mira do governo norte-americano vão tentar se proteger, e para eles, a melhor maneira encontrada é acirrar a repressão no Brasil.

Por isso, infelizmente, os agentes do governo tendem a aumentar os desmandos até o ponto de ebulição, com a punição máxima do governo americano. Todos eles precisam sair do sistema político brasileiro para que haja sustentabilidade no país.

Vamos lembrar que o mesmo ocorreu na Venezuela, que também sofreu sanções contra juízes que resolveram comandar o país, e nada aconteceu. Por não haver mobilização contundente, capaz de destituir o poder daquele  grupo, eles continuam até hoje, recorrendo a eleições não reconhecidas, apesar da mobilização intensa ao redor da candidata de oposição Maria Corina.

No Brasil, não há muito a se preservar desse sistema: um grupo criminoso usando as leis contra os inocentes, e tudo o que é feito em nome dessa lei e dessas instituições é para favorecer esse grupo criminoso. Por isso não podemos tolerar qualquer resquício desse regime e de quem ainda, no poder público, cometa esses abusos. 

Todos devem ser extirpados, assim como a Alemanha desnazificou seu sistema após dez anos, mas conseguiu fazer uma limpeza completa de todos os nazistas, fossem ideólogos ou participantes dessa corrente nefasta.

Sugiro não aguardar os agentes e eventos de Brasília, mas organizar-se localmente, fazendo vigílias, buzinaços, passeatas, registrar e divulgar os atos em todos os canais.

Então, é necessário que tenhamos manifestações em todo o Brasil para demonstrar que aqui temos uma sociedade, sim! Que existe indignação popular, e mesmo as instituições, por mais aparelhadas que estejam, podem reagir.

Acredito que ainda há pessoas dentro da máquina pública que possam se alinhar a esse movimento popular e ajudar a debelar o que está se construindo contra o sistema brasileiro.

Quando o dinossauro se mexe, causa estragos. Que seja para o lado certo, dessa vez desmontando a máquina de opressão estatal que a esquerda criou.  


Na Colônia Penal, de Franz Kafka

O que acontece quando a opressão se torna dona da justiça?


Luiz Philippe Orleans e Bragança

Luiz Philippe de Orleans e Bragança é deputado federal por São Paulo, descendente da família imperial brasileira, trineto da princesa Isabel, tetraneto de d. Pedro II e pentaneto de d. Pedro I, sendo o único da linhagem a ocupar um cargo político eletivo desde a Proclamação da República, em 1889. Graduado em Administração de Empresas, mestre em Ciências Políticas pela Stanford University (EUA), com MBA pelo Instituto Européen d'Administration des Affaires (INSEAD), França. Autor dos livros “Por que o Brasil é um país atrasado”, “Antes que apaguem”, “A Libertadora – Uma Nova Constituição para o Brasil” e “Império de Verdades”. **Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.

 
 
 

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